quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Discriminaçao Religiosa

DiSCRIMINAÇÃO RELIGIOSA

Vanessa Paula
Carolayne Batista
Jamile Cruz
Ester Cavalcante
Ester dos Santos

“A chuva dos deuses cai dos céus sobre o túmulo de Deus que
Sobreviveu à sua própria sepultura. Ateus têm seus santos e
Blasfemos constroem templos. ”
Rubem Alves
                                                                                                                            

Resumo
Nesse artigo iremos falar sobre discriminação religiosa. A religião é um fenômeno de intensa importância para a vida dos seres humanos e se manifesta por intermédio de diferentes formas.
Ao longo da história nos deparamos com muitos casos de intolerância religiosa. A intolerância religiosa nasce exatamente do sentimento egocêntrico de que sua crença seja a verdade absoluta, a qual todos os outros indivíduos devem compactuar e manifestar os padrões, costumes e valores morais característicos da linha de pensamento religiosa.
Palavras-chave: intolerância religiosa- discriminação- valores


 Introdução

Discriminar é o ato de destinguir ou diferenciar algo ou alguem. Separar.
A religião é um conjunto de simbolos de principios, crenças e doutrinas religiosas, baseados em livros sagrados. As primeiras manifestações de discriminação religiosa começaram a surgir a partir do final do século XX com ataques sistemáticos.
Discriminação religiosa constitui-se na impossibilidade de respeitar diferenças ou crenças religiosas de outros indivíduos. Em diversos países do mundo foram inclusos a cláusula de proibição de práticas intolerantes religiosas, ou de favorecimento dentro de suas fronteiras.  A Constituição da República Federativa do Brasil, afirma que todo cidadão tem a liberdade de escolha de sua crença religiosa, seja ela qual for. Optar, defender ou criticar uma religião, é considerado como liberdade de expressão, mas qualquer tipo de violência, seja ela verbal ou física, é constituído como crime. Existe uma grande diversidade de segmentos religiosos no     Brasil, que podem ser politeístas ou monoteístas, a exemplo o candomblé, evangélica, espírita, católica, judaica, islâmica entre outras.
   

A discriminação religiosa e seus efeitos

Desde a antiguidade, casos de discriminação e intolerância religiosa são relatados, a perseguição aos primeiros cristãos, por judeus e pagãos, é um dos exemplos. Outro exemplo foi a perseguição religiosa e social no século XV, a mais famosa “Caça às bruxas”. O surgimento de rumores e pânico por supostas conspirações malignas na Europa falavam de conspirações por meio de mulçumanos, que atacavam cristãos por meio de magia e envenenamento.
O número de denúncias no Brasil por discriminação e intolerância religiosa, tem aumentado. De acordo com dados compilados pela comissão de combate a intolerância religiosa do Rio de Janeiro (CCIR), 70% de 1.014 casos de ofensas, e violência são contra a religião de matrizes africanas. Dados do disque 100, criado pela Secretaria Nacional de Direitos Humanos, divulgam 697 casos de intolerância e discriminação religiosa entre 2011 a 2015, a maioria registrada em São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. No Rio de Janeiro o centro de promoções da liberdade religiosa e direitos humanos (Ceplir) criado em 2012, registra casos de julho de 2012, a agosto de 2015, sendo 71% contra fieis das religiões de matrizes africanas, 7,7% contra evangélicos, 3,8% contra judeus e sem religiões, e 3,8% de ataques contra a liberdade religiosa em geral.
Em 2015 um terreiro de candomblé foi incendiado em Brasília, sem deixar feridos. A impressa local registrou 12 incêndios cometidos, desde o início do ano no Distrito Federal.
Aponta-se que 70% das agressões são verbais, e incluem- se xingamentos, mas as manifestações são feitas também através de pichações em muros, postagens na internet e em redes sociais, além das mais graves, como invasões de terreiros, furtos, quebra de objetos sagrados, incêndios e agressões físicas, indo contra o art. 208 da Constituição da República Federativa do Brasil, que afirma que é proibido a intervenção ou interrupção de cultos religiosos, escarnecer alguém publicamente por motivo de crença ou função religiosa. Tendo como pena a detenção de um mês a um ano, ou sujeição a multa.

   A pouco tempo em uma entrevista ao Jornal Extra, a pastora, Nãna Shara afirma que “Evangélicos sofrem tanto preconceito quanto os gays”. A colocação da pastora deve ser entendida dentro do contexto social e histórico que abrange mais do que a pastora demonstra saber. O que se observa é mais uma rejeição ao que apresentam e representam na modernidade, do que o preconceito como foi dito.
   Outro caso retratado na mídia recentemente, foi a publicação feita pelo ex-presidente da câmara dos deputados Eduardo Cunha em seu twitter. “É preciso parar de discriminar a atuação de deputados evangélicos porque têm os seus projetos e são atendidos iguais aos outros no regimento. ” Diz ele. Uma das razões que levaram muitos a criticar Eduardo Cunha nos últimos dias, foi a sua decisão de criar uma Comissão Especial para apressar a votação e discussão do Estatuto da Família, que pretende definir como família a união de um homem, e de uma mulher, além de seus filhos. A sociedade criticou a ação do presidente por conta de uma possível aprovação do projeto, havendo como resultado o impedimento legal de adoções feitas por casais homossexuais. Os políticos evangélicos da câmara elogiaram a postura do ex-parlamentar.
Em alguns países Islâmicos, ateus sofrem com a discriminação e intolerância, contendo a ausência de estatuto jurídico ou até mesmo pena de morte no caso de renúncia. Em alguns países ateus que expressam publicamente sua opinião correm sérios ricos de serem discriminados e até sentenciados à morte. Muitos ateístas julgam aqueles que não confessem nenhuma crença religiosa como não confiáveis e antinaturais. Em 2010, o apresentador do programa Brasil Urgente da emissora Band, José Luiz Datena, fez uma junção preconceituosa entre a criminalidade e a falta de crença religiosa, cogitando que os que não acreditam em Deus como culpados pela depravação da sociedade. “Para quem não acredita em nada, a velhice é muito triste. Quem crê, consegue ter mais saúde”. Disse ele. No início de dezembro o Ministério Público Federal de São Paulo moveu uma ação no tribunal pedindo uma retratação.
Após os adeptos das religiões afro-brasileiros os seguidores do Islã são os que mais sofrem com a discriminação religiosa. Com os atentados de 11 de setembro de 2011 o estado islã se tornou constante nas mídias ocidentais. Esses atentados colocaram em destaque o radicalismo islâmico, que são grupos radicais.
Frequentemente crianças muçulmanas sofrem excesso preconceito e maus tratos em muitos lugares por causa de sua expressão religiosa. A religião islã é discriminada e vista como uma religião violenta e intolerante, não apenas verdadeira, como também se forma no cerne de sua doutrina. Vistamos como exemplo primitivo o Alcorão.
Escrito no estudo do Antigo Testamento hebraico os islâmicos acreditam que o alcorão é a palavra de Deus, por isto, é centro da vida religiosa. O livro apresenta um Deus de guerra e vingativo, está contaminado de juras de maldições e fogo eterno aquele que não viver de acordo com a sua doutrina (de forma genérica são chamados de descrente), chamada a lei de talião, que incentiva a violência contra mulheres, aceitação a escravidão e etc.
Blasfemar e não reconhecer o livro como sagrado, recomenda-se a agressão e a guerra contra os resistentes do Alcorão e os mesmos são considerados “piores criaturas”.
É proibido questionamentos à doutrina, são categoricamente proibidos, e visto como pecado grave e sujeito a ira de Deus.
Mesmo discriminado o islã é a religião que mais cresce no mundo: 15% ao ano. São hoje 1,6 bilhões de pessoas. Os muçulmanos compõem agora 23% da população mundial.
A uma estimativa que haja cerca de 2 mil muçulmanos vivendo no Rio de janeiro, apenas cinco denúncias de islamofobia foram feitas ao disque 100 da secretaria de direitos humanos da presidência da república.
As mulheres são as principais vítimas de violência de violência, por serem identificadas facilmente nas ruas pelo uso do véu.
A seguir alguns relatos de mulheres da cultura islã:
A aeromoça Ana Claudia Mascarenhas relata casos de agressão em entrevista na mesquita da luz.
“Fui fazer exame médico e notei que uma pessoa me seguia. Ele parou atrás de mim, começou a me xingar e a dizer que odiava terroristas. Fiquei quieta, pois não sou terrorista. Quando o sinal abriu, ele me puxou pelo braço, repetiu que odiava terrorista e me deu um soco no rosto. Saí correndo como louca, sem olhar para trás. Se às 7h, com toda aquela gente na rua, ele fez isso, não gosto de imaginar o que faria se eu reagisse ou respondesse”, afirmou Ana Cláudia.
Muçulmanos estão entre as principais vítimas de intolerância religiosa no Rio de Janeiro. Uma atendente de telemarketing Ana Carolina Jimenez relata casos de agressão em entrevista a mesquita da luz.
A atendente de telemarketing, Ana Carolina Jimenez, 22 anos, também passou pela humilhação de ser atingida por uma cusparada. “Estava no ponto de ônibus. Alguns jovens no ônibus começaram a falar bobagem e a me xingar. Quando o ônibus partiu, eles cuspiram. Senti uns respingos, limpei e continuei olhando para frente. ”
Se as agressões físicas não são rotina, o desrespeito é diário. “Ouço risadas pelo menos uma vez por dia. As pessoas apontam, se cutucam. A maioria acha que nem somos brasileiras. A primeira coisa que falam é: 'volta para seu país'”, disse Ana Carolina. 
CONCLUSÃO
Para que essa função social seja realizada, no entanto, é indispensável que os seres
Humanos possuam liberdade para o exercício da religião. Na concepção de Aristóteles a liberdade
É “a ausência de constrangimentos externos e internos, como uma capacidade que não encontra
Obstáculos para se realizar, nem é forçada por coisa alguma para agir. Trata-se da espontaneidade
Plena do agente, que dá a si mesmo os motivos e os fins de sua ação, sem ser constrangido por
Nada ou por ninguém. ” (CHAUÍ, 1997, p. 360).
É notório que a discriminação religiosa não é uma questão fácil de ser solucionada.
Historias nos mostram que a discriminação e a intolerância religiosa, foram responsáveis por guerras, genocídios, divisões entre famílias entre outros. Muitas pessoas utilizam a liberdade de expressão como modo de julgamento, mas a liberdade está ligada a questão do entendimento de um determinado assunto.
Portanto é indubitável que este impasse seja bem resolvido para que desde criança o indivíduo aprenda a respeitar a religião do próximo.


Referências
Fesldens P. F.  p 01, 2013 .

http://www.ebc.com.br/cidadania/2015/08/muculmanos-estao-entre-principais-vitimas-de-intolerancia-religiosa-no-rio
https://robertofochi.jusbrasil.com.br/artigos/136660192/discriminacao-religiosa-temos-que-acabar-com-isso

Arquivo:
Discriminação Religiosa- pdf

Um comentário:

  1. Aponta-se que 70% das agressões são verbais, e incluem- se xingamentos, mas as manifestações são feitas também através de pichações em muros, postagens na internet e em redes sociais, além das mais graves, como invasões de terreiros, = http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/01/160120_intolerancia_religioes_africanas_jp_rm

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